Autor e ilustrador
Lewis Carroll
Adriana Peliano
Myriam Ávila
Adriana Peliano
Veja o manuscrito original completo no site da British Library
"In a meeting of the Lewis Carroll Society of North America at Harvard last April, Dr. Selwyn Goodacre, one of the most respected Carrollians in England and longtime editor of their Society's scholarly magazine, The Carrollian, gave a talk about Alice's Adventures under Ground, the handwritten and self-illustrated manuscript which served as the basis for Alice's Adventures in Wonderland. Speaking of it in today's world, he referred to Adriana's Portuguese translation—with typeface and layout matching the original—as "a total gem." I could not agree more. With care and scrupulous attention to detail, it almost convinces me that Carroll did indeed merely translate it from the Portuguese original. Her volume is a most attractive artifact of the love Adriana has for Carroll, her intelligence and artistry, and of the playfulness that abounds around Carroll's world."
Durante aquele período Carroll começou a preparar uma nova versão das aventuras de Alice para ser publicada, seguindo o conselho de alguns amigos. Nesse processo a estória original foi estendida e também modificada em vários aspectos. Novos poemas, capítulos e personagens foram incluídos e um novo texto, mais complexo e sofisticado, foi publicado em Londres pela Macmillian, dois anos após aquela famosa “tarde dourada”. Alice no País das Maravilhas foi então ilustrada por um famoso ilustrador da época: John Tenniel [1820-1914]. Suas ilustrações se tornaram clássicas, consideradas por muitos como inseparáveis do livro, mesmo que esse tenha sido um dos livros mais ilustrados de todos os tempos, seguindo a sugestão de Alice no início da estória: “De que serve um livro sem figuras e nem diálogos?”
Vou contar um pouco a história desse projeto. De 1996 a 1998 ilustrei as duas Alices de Lewis Carroll através de colagens utilizando objetos diversos, surpresas, fotografias e imagens vitorianas. Essas ilustrações não foram publicadas mas o trabalho foi apresentado em Oxford em 1998 na comemoração do centenário da morte de Lewis Carroll, em Christ Church, universidade onde ele ensinou e viveu.
Depois de três anos mergulhada nesse universo literário e artístico para criar minha ilustrações, cercada de livros complexos com diferentes leituras da obra, resolvi me voltar para a simplicidade do manuscrito das Aventuras de Alice no Subterrâneo. Ali estava a semente, delicada e potente da obra que já foi considerada mais citada depois da Bíblia e de Shakespeare - Aventuras de Alice no País das Maravilhas. Voltamos às primeiras ilustrações da obra, criadas pelo próprio autor antes da canônicas ilustrações de John Tenniel, que influenciaram a maior parte das ilustrações de Alice desde então.
Depois de estudar Alice no País das Maravilhas e suas traduções, resolvi traduzir o texto do manuscrito. Foi quando eu tive a incrível idéia de preservar as ilustrações originais, a diagramação do manuscrito fazendo uma colagem com a letra de mão do autor. Muitos anos depois teria a chance de desenvolver uma fonte tipográfica digital simulando a letra de Lewis Carroll. No primeiro momento eu colecionei exemplos das letras escritas no manuscrito e fui colando uma por uma para montar o texto. Um trabalho insano. Como diria o Gato de Chershire, todos nós somos loucos senão não estaríamos aqui!
A três anos atrás conheci Myriam Ávila, pioneira no Brasil no estudo do nonsense e especialista na obra de Lewis Carroll. Myriam traduziu os poemas e escreveu um posfácio contando a linda história do surgimento e da história do manuscrito. Eu escrevi um texto sobre as ilustrações de Carroll no panorama das ilustrações de Alice. ( Leia AQUI)
Penso que a concepção desse projeto é como um Ovo de Colombo. Depois de realizado pode parecer uma idéia evidente, mas é realmente inédita, segundo pesquisa realizada entre os colecionadores que fazem parte das Sociedades Lewis Carroll da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Em 2010 fundei a Sociedade Lewis Carroll do Brasil que desde então tem realizado uma série de atividades artísticas e culturais sobre a obra de Lewis Carroll e a presença de Alice na cultura e na arte contemporânea. Temos dois blogs onde reunimos extenso material de pesquisa: alicenations e brasillewiscarroll.
Em 2010 fundei a Sociedade Lewis Carroll do Brasil que desde então tem realizado uma série de atividades artísticas e culturais sobre a obra de Lewis Carroll e a presença de Alice na cultura e na arte contemporânea. Temos dois blogs onde reunimos extenso material de pesquisa: alicenations e brasillewiscarroll.
colagem de Adriana Peliano sobre ilustração de Lewis Carroll
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ADRIANA PELIANO é designer e artista visual. Mestre em "New Media Arts" pelo Kent Institute of Arts and Design, Inglaterra (2003), e Mestre em "Estética e História da arte" pela USP com a dissertação "Através do Surrealismo e o que Alice encontrou lá" (2012).
Ilustrou o livro de Kátia Canton "Lewis Carroll na Era Vitoriana" (DCL). Fundadora e presidente da Sociedade Lewis Carroll do Brasil.
MYRIAM ÁVILA fez mestrado em Inglês - Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais (1986) e doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Federal de Minas Gerais (1994). Estudou na Universidade de Kassel, Alemanha (1987-1989). Pós-doutorado na USP (2004-2005).
Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria Literária, atuando principalmente nos seguintes temas: viajantes, memória, nonsense e estranhamento. Autora de "Rima e solução: a poesia nonsense de Lewis Carroll e Edward Lear ” (Annablume), “ Retrato na rua: memórias e modernidade na cidade planejada” (Ed.UFMG) e "Douglas Diegues por Myriam Ávila" (Eduerj).
Um comentário:
Oi Adriana, eu conheci o seu trabalho numa destas sincronias do poço certo na hora certa e me encantei. Sou apaixonado por Alice... e quero me tornar men=mbro de sua Fundação Lewis Carroll como faço?
To seguindo o Blog.
Bjus
William
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